Para inicio de conversa, Survivor é o melhor reality show já criado. Listamos dez motivos que o fez ganhar esse status. São oito anos de existência, dezesseis temporadas produzidas e claro um fôlego para mais dezesseis. A excelente escolha dos participantes foi o factor determinante nesta season. Micronesia foi uma temporada marcada por recordes. Foi a que mais teve abandonos (dois por motivos médicos e outra desistência), a com mais movimentos ingênuos (ou burros) e com o maior número de traições (seis no total). E que traições.
Mas vem cá, Micronesia não começou nada bem. Jonny Fairplay, a esperança da produção para dar uma agitada na edição, pediu para ser eliminado logo na primeira semana. Se bem que acho que ele não duraria outro tribal council, pela má reputação.
Mas foi no primeiro grande twist do programa, no quinto episódio, quando os participantes mudaram de tribo, as coisas começaram a acontecer dando uma dinâmica totalmente oposta a atração. Talvez o maior movimento da edição, como bem disse o Jeff no Reunion, foi quando Parvati se aproximou de Alexis e Natalie propondo uma aliança para um final four junto com ela e Amanda. Medidas desesperadas requerer atitudes desesperadas.
À medida que a junção das tribos ia chegando (the merge), mais interessante o reality ia ficando. Mas foi uma semana antes dessa união é que Micronesia ia se firmando como uma das melhores edições ever. Ami, a melhor participante de Vanuatu e uma das promessas deste ano, tentou de todas as alternativas ganhar a confiança de seus tribe mates, mas infelizmente não conseguiu continuar.
The marge comes, e com ela a eliminação de Eliza, uma coadjuvante importante. Eliza pode se orgulhar de uma coisa: foi ela a protagonista de um dos melhores momentos do reality e foi da boca dela que saiu uma das falas mais engraçadas (“it’s a fuckin’ stick”). Ri até ficar com a barriga doendo quando ela, inconformada, vai tirar satisfações com o Jason sobre o fake idol que o Ozzy criou (“it has a face on it”). Priceless.
Depois daí, as mulheres lideradas por Parvati, dominaram o programa eliminando quatro jogadores com incríveis blind sides. Ozzy, o melhor participante da história, Jason, até então, o participante mais burro da história, Alexis, incrivelmente surpreendida com o immunity idol de Amanda e por último, Erik, o mais idiota, ingênuo, tapado, participante de Survivor. Quatro traições seguidas, quatro incríveis episódios.
Foi nesta recta final que Cirie foi mostrando todo seu potencial estratégico e nascia ali uma nova estrela da temporada. O jogo de Cirie foi muito menos agressivo do da Parvati, mas não menos importante. É comum em Survivor algum participante ser menos destacado pela edição, por estar fazendo um jogo na surdina (alguém lembra da Sandra, em Pealr Islands? Do Matthew, em Amazon? Da Tina, em Austrália Outback? Da Courtney, em China?), e o jogo de Cirie foi basicamente este. Ela nunca se expôs o bastante para as pessoas pensarem que ela o centro das decisões, ela sempre jogava a responsabilidade para outro para se livrar de futuras acusações. Se ela não tivesse falhado na prova final de imunidade teria enormes chances de vencer o programa.
Parvati foi a maior jogadora deste Survivor porque fez um jogo social, mental e psicológico tão bem, que teve o dedo em praticamente todos grandes movimentos da edição (mais ocasionada pela esperteza de Cirie). Foi sua ideia em trair Ozzy, em formar a aliança de mulheres, organizar uma manipulação masculina certeira e foi ela quem conseguiu desarmar totalmente o jogo masculino e implantar seu próprio jogo: o da manipulação (caracterizado pelo movimento do ‘caldeirão’ realizado pelas mulheres). Parvati foi a campeã de Micronesia porque sua concorrente, Amanda, mais uma vez, não teve nenhuma grande destaque dentro do programa, além de conseguir superar 18 concorrentes e chegar a final.
Amanda cometeu o mesmo cínico erro de China: ser uma coadjuvante sem expressão. Se em China Todd tomava todos os movimentos do jogo e o júri reconheceu isso na final dando a vitória a ele (mesmo tendo traído a maioria deles), Parvati conseguia o mesmo feito aqui. Amanda foi ingênua o bastante em achar que só porque Parvati tinha problemas com metade do júri eles poderiam dar a vitória a ela. Nas primeiras edições do programa era basicamente isso mesmo, mas Survivor já tem um histórico exemplar de que os bonzinhos estão nadando, nadando e morrendo na praia. Amanda é a única da história a chegar em duas finais consecutivas e perder as duas.
Amanda cometeu o mesmo cínico erro de China: ser uma coadjuvante sem expressão. Se em China Todd tomava todos os movimentos do jogo e o júri reconheceu isso na final dando a vitória a ele (mesmo tendo traído a maioria deles), Parvati conseguia o mesmo feito aqui. Amanda foi ingênua o bastante em achar que só porque Parvati tinha problemas com metade do júri eles poderiam dar a vitória a ela. Nas primeiras edições do programa era basicamente isso mesmo, mas Survivor já tem um histórico exemplar de que os bonzinhos estão nadando, nadando e morrendo na praia. Amanda é a única da história a chegar em duas finais consecutivas e perder as duas.
Surivor é o melhor reality show já criado porque está muito além de uma disputa de um milhão de dólares. É um jogo de relações humanas, estratégias e cinismo. Onde às vezes o mais bonito ou o mais forte nunca sobrevive, e sim o que tem mais apelo junto aos seus concorrentes. Vemos o que as pessoas são capazes de fazer por um bem maior e claro, as provas e as locações são um show a parte.
Survivor: Gabon, 17ª temporada, estréia em setembro nos EUA. A locação é mais uma vez na África e tem tudo para ser visualmente à temporada mais bonita de todas.
1 comentário:
Nossa, esse Survivor foi mesmo muito ruim no começo, mais depois daquele desafio "Cat and Rat" o jogo começou a ficar bom dimais, eu até gostei da Parvati ter ganhado, eu odiava a Amandae gostava um poquinho da Cirie !
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