A designer de moda portuguesa Sara Santos, de 22 anos, venceu hoje o prémio de melhor coleção do projeto Sangue Novo, da ModaLisboa, com uma coleção de homem inspirada na subcultura 'mod' dos anos 1960.
O nome de Sara Santos, que terminou recentemente o mestrado em moda de homem na Escola Superior de Artes e Design (ESAD) de Matosinhos, foi anunciado pela presidente da ModaLisboa, Eduarda Abbondanza, no final do desfile do projeto Sangue Novo, destinado a jovens finalistas de cursos de Design de Moda ou que estejam a iniciar a sua marca.
Para Sara Santos este foi o primeiro "desfile a sério, fora da escola".
"Não esperava ser selecionada para participar no Sangue Novo, quanto mais ganhar o prémio de melhor coleção", afirmou, visivelmente emocionada, em declarações à agência Lusa no final do desfile.
Sara Santos explicou que foi buscar inspiração para os seis coordenados que apresentou à subcultura 'mod' dos anos 1960. Os jovens que pertenciam a essa subcultura "usavam a roupa para passar uma mensagem, transmitir a sua identidade".
Com elogios à “inovação e criatividade da nova geração de designers”, a presidente da Associação ModaLisboa, Eduarda Abbondanza, entregou o troféu da noite ao Teen Takeover de Sara Santos, 12 anos depois de os novos talentos do Sangue Novo terem ido a concurso pela última vez. No masculino, e apenas com seis coordenados, Sara Santos iluminou a sala de desfiles com um capacete com luzes e propostas desportivas — casacos bomber em neopreno, impermeáveis compridos.
“Teentakeover” surge da fusão de looks street e sportswear, impulsionada por uma subcultura dos anos 1960.
A coleção foca-se no estilo tradicional da cultura Mod, um grupo de jovens britânicos conhecidos como os “rebeldes sem causa”, que se deslocavam em scooters e utilizavam a sua forma de vestir para se diferenciarem da cultura vigente.
Estes jovens, inconformistas, revolucionários e radicais, tinham o intuito de conquistarem a liberdade individual e de fazerem valer a sua importância na sociedade.
A isto associa-se a mistura de peças contrastantes com silhuetas oversized simples e formas complexas, o uso de variantes de parkas impermeáveis com tecidos técnicos e a sobreposição e repetição de elementos em analogia à exagerada aplicação de espelhos nas mesmas.
O símbolo redondo icónico desta subcultura influencia toda a paleta de cores, desde os vários tons de azul aos apontamentos de laranja e vermelho.
Agradecimentos: Maria Gambina, Ricardo Andrez, Rui Caldas, ESAD, Nau helmets, Joaps, Arco Têxteis, Armaco, Valdemar Coelho, Tamanaco, Belandina, Palmira Guedes, Mychoos, Herculano Rocha, No Future.
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