Com Natalie Dormer, Sam Claflin, Jessica Brown Findlay, Max Irons, Douglas Booth,Holliday Grainger, Sam Reid
Realização Lone Scherfig
Produção Graham Broadbent, Peter Czernin
Argumento Laura Wade
Duração 107 minutos
Género Drama, Thriller
Origem Reino Unido
Título Original The Riot Club
Tenho que admitir que é de certa forma interessante combinar festas e romance com a energia do inesquecível Clube dos Poetas Mortos e, com toda a certeza, O Clube de Elite faz isto com estilo. Mas enquanto a substância nos diálogos é um ponto positivo, o filme foi perdendo energia em alguns momentos e isto acabou por ter uma grande influência na minha análise. Com Natalie Dormer, Douglas Booth e Sam Claflin como estudantes da universidade de Oxford, o filme aproveita-se do talento de atores de The Hunger Games para dar uma lição sobre sobre humildade e poder enquanto um grupo de jovens doidos e aristocráticos prepara o jantar da vida deles. Prepare-se para uma experiência rara que mistura mundos diferentes numa viagem irreverente do início ao fim.
As performances de O Clube de Elite são agradáveis e tornam o filme interessante. Lauren, a namorada de Miles, tem um papel essencial na história ao tentar ajudá-lo a tomar as melhores decisões. É uma personagem humilde, simpática, querida e um pouco croma mas que atrai o espetador pelo bom senso que adiciona ao filme. Isto porque todos os membros do clube são na verdade pessoas mimadas e irritantes que se consideram os melhores dos melhores por pertencerem a famílias poderosas e acham que isso lhes dá o direito de fazer festas que acabam sempre mal para as pobres pessoas das aldeias em redor. Eles preocupam-se com os estudos mas preferem simplesmente viver a vida sem limites, seguindo o lema Carpe Diem. Infelizmente, a ignorância leva a que o lema seja seguido exageradamente e os eventos retratados no filme são desastrosos. Alistair, o rapaz que aspira seguir as pisadas do seu tio, é uma pessoa consciente quanto ao mundo que o rodeia mas depois de ser aceite no clube torna-se num rapaz odiável capaz de humilhar as pobres pessoas a quem nada lhes foi dado sem trabalho. É provavelmente o antagonista da história mas no entanto, são os seus comentários que demonstram o desprezo das classes altas pelo resto da sociedade. A contrastar com esta personalidade odiável temos Miles, o protagonista da história e uma personagem sem dúvida alguma complexa que capta a nossa atenção desde o início e que divide a opinião do espetador na definição do bem e do mal na história. Miles ao início é um rapaz simpático e bem-parecido que se vê no meio de uma relação de amor à primeira vista. No início da sua vida em Oxford, ele e Lauren partilham os seus segredos e histórias e passam grande parte do tempo juntos mas assim que é convidado a entrar no clube, as coisas mudam drasticamente e ele perde a noção do quão mau e degradante é o clube na realidade.
Com personagens interessantes e uma boa abordagem aos pensamentos das pessoas mais influentes e poderosas que, muitas das vezes, acabam por liderar o mundo, O Clube de Elite pode ser visto como um ensaio sobre a falta de humildade e o poder do dinheiro nos olhos das novas gerações. O filme começa com um tom agradável e uma boa atitude mas vai perdendo esta energia com o exagero das festas gigantes e épicas. A festa acaba por ser uma partilha de experiências com álcool e drogas onde rapazes discutem temas políticos e depois entram como que em “ebulição” e o caos instala-se no jantar, tornando o filme numa espécie de spin-off de Project X. No geral, posso dizer se estiver interessado numa experiência diferente e sem dúvida desafiante, O Clube de Elite tem todo o potencial para o agradar com estilo e substância. A história não é nada de mais mas o contexto em que é inserida e o desenvolvimento das personagens torna-a interessante. É um filme sobre estudantes que se afasta da imagem de Hollywood mas que, infelizmente, falha em causar um grande impacto. Divertido, excêntrico e fora do normal, O Clube de Elite mostra o outro lado da moeda no que diz respeito a filmes sobre vivência nas universidades, mais próximo da realidade, em que o poder, o dinheiro e a influência acabam por controlar o mundo e pouco ou nada podemos fazer para mudar isso. O Clube de Elite é um filme que tem algo a dizer que merece ser ouvido.
2 comentários:
Desconhecia o filme, mas adorei a maneira como o analisaste e espero vê-lo. ^^
Mikel Shiraha eu também não conhecia e adorei :)
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