terça-feira, setembro 22, 2015

O Clube de Elite (2014)


Realização Lone Scherfig
Argumento Laura Wade

Duração 107 minutos
Género Drama, Thriller
Origem Reino Unido
Título Original The Riot Club


Tenho que admitir que é de certa forma interessante combinar festas e romance com a energia do inesquecível Clube dos Poetas Mortos e, com toda a certeza, O Clube de Elite faz isto com estilo. Mas enquanto a substância nos diálogos é um ponto positivo, o filme foi perdendo energia em alguns momentos e isto acabou por ter uma grande influência na minha análise. Com Natalie Dormer, Douglas Booth e Sam Claflin como estudantes da universidade de Oxford, o filme aproveita-se do talento de atores de The Hunger Games para dar uma lição sobre sobre humildade e poder enquanto um grupo de jovens doidos e aristocráticos prepara o jantar da vida deles. Prepare-se para uma experiência rara que mistura mundos diferentes numa viagem irreverente do início ao fim.


As performances de O Clube de Elite são agradáveis e tornam o filme interessante. Lauren, a namorada de Miles, tem um papel essencial na história ao tentar ajudá-lo a tomar as melhores decisões. É uma personagem humilde, simpática, querida e um pouco croma mas que atrai o espetador pelo bom senso que adiciona ao filme. Isto porque todos os membros do clube são na verdade pessoas mimadas e irritantes que se consideram os melhores dos melhores por pertencerem a famílias poderosas e acham que isso lhes dá o direito de fazer festas que acabam sempre mal para as pobres pessoas das aldeias em redor. Eles preocupam-se com os estudos mas preferem simplesmente viver a vida sem limites, seguindo o lema Carpe Diem. Infelizmente, a ignorância leva a que o lema seja seguido exageradamente e os eventos retratados no filme são desastrosos. Alistair, o rapaz que aspira seguir as pisadas do seu tio, é uma pessoa consciente quanto ao mundo que o rodeia mas depois de ser aceite no clube torna-se num rapaz odiável capaz de humilhar as pobres pessoas a quem nada lhes foi dado sem trabalho. É provavelmente o antagonista da história mas no entanto, são os seus comentários que demonstram o desprezo das classes altas pelo resto da sociedade. A contrastar com esta personalidade odiável temos Miles, o protagonista da história e uma personagem sem dúvida alguma complexa que capta a nossa atenção desde o início e que divide a opinião do espetador na definição do bem e do mal na história. Miles ao início é um rapaz simpático e bem-parecido que se vê no meio de uma relação de amor à primeira vista. No início da sua vida em Oxford, ele e Lauren partilham os seus segredos e histórias e passam grande parte do tempo juntos mas assim que é convidado a entrar no clube, as coisas mudam drasticamente e ele perde a noção do quão mau e degradante é o clube na realidade.


Com personagens interessantes e uma boa abordagem aos pensamentos das pessoas mais influentes e poderosas que, muitas das vezes, acabam por liderar o mundo, O Clube de Elite pode ser visto como um ensaio sobre a falta de humildade e o poder do dinheiro nos olhos das novas gerações. O filme começa com um tom agradável e uma boa atitude mas vai perdendo esta energia com o exagero das festas gigantes e épicas. A festa acaba por ser uma partilha de experiências com álcool e drogas onde rapazes discutem temas políticos e depois entram como que em “ebulição” e o caos instala-se no jantar, tornando o filme numa espécie de spin-off de Project X. No geral, posso dizer se estiver interessado numa experiência diferente e sem dúvida desafiante, O Clube de Elite tem todo o potencial para o agradar com estilo e substância. A história não é nada de mais mas o contexto em que é inserida e o desenvolvimento das personagens torna-a interessante. É um filme sobre estudantes que se afasta da imagem de Hollywood mas que, infelizmente, falha em causar um grande impacto. Divertido, excêntrico e fora do normal, O Clube de Elite mostra o outro lado da moeda no que diz respeito a filmes sobre vivência nas universidades, mais próximo da realidade, em que o poder, o dinheiro e a influência acabam por controlar o mundo e pouco ou nada podemos fazer para mudar isso. O Clube de Elite é um filme que tem algo a dizer que merece ser ouvido.

2 comentários:

Anónimo disse...

Desconhecia o filme, mas adorei a maneira como o analisaste e espero vê-lo. ^^

Superfunky disse...

Mikel Shiraha eu também não conhecia e adorei :)

Real Time Web Analytics