Por vezes temos uma visão completamente distorcida da realidade. Nem sempre é possível olhar e gostar de tudo o que está no espelho.
"A primeira vez que me olhei a sério ao espelho chorei". Chorei porque não me reconhecia, não sabia quem era aquela pessoa, o que queria, o que tinha acontecido comigo. Era como se estivesse a ver uma pessoa completamente estranha. No fundo eu era estranho a mim mesmo. Alguém que nunca conheci verdadeiramente, que vivia em função do que as pessoas queriam. Alguém que não tinha vontade própria e que não queria nada de nada.
A segunda vez correu melhor. Em breves minutos vi que alguma coisa "de mim" ainda ali existia. O meu olhar era o mesmo, apesar de esgotado. O rosto era o mesmo, apesar de triste. Foi o espelho que me fez abrir os olhos, ver com olhos de ver quem sou eu na realidade, o que quero, para onde quero ir. Podia ter feito mil e uma coisas mas naquele dia, o espelho chamou-me. O espelho foi como a balança, passou de um inimigo a algo que recorro muitas vezes mas com uma diferença: ao espelho vejo tudo o que aqui a pessoa quer e nem sempre reconhece..
1 comentário:
Confesso que há dias que o que vejo no espelho é um estranho mas noutros sei quem eu sou, ultimamente tenho receio de ver o meu reflexo nele.
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