O Ser Humano tem uma capacidade inigualável de adaptação a meios completamente desconhecidos. Contudo, e aparentemente, de forma contraditória a esta brutal capacidade de adaptação, é ao mesmo tempo um Ser que cria laços com outras pessoas e locais com uma facilidade, resistência e firmeza como nenhuma outra espécie o faz. E é por isso que a adaptação a um novo local e a novas pessoas pode ser tão dolorosa e, eu arriscaria mesmo a dizer, mordaz. Tudo isto é provocado por um sentimento que conhecemos por Saudade. Numa primeira fase tudo nos parece ótimo, temos tudo para conhecer e explorar mas depois vem a saudade. Saudade dos que nos são próximos, dos que amamos, do nosso espaço, do local a que chamamos casa, no fundo Saudade da nossa zona de conforto.
No entanto, quando esta necessidade de adaptação advém de algo que queremos muito, mais do que sabíamos ser possível, tudo é superável. Há dias bons, há dias menos bons. Temos que mudar o mindset, passar a viver para o presente e futuro e não passar os dias a reviver o passado. Todavia, para pessoas que toda a vida o fizeram, toda a vida viveram o presente em função do passado, esta alteração é petrificante e, mais uma vez, dolorosa. E mais difícil se torna, quando o nosso passado representa segurança e certeza de um futuro. Embarcar num presente, no qual o futuro é completamente incerto, é como cair de uma ravina por vontade própria. Mas o amor ultrapassa tudo, e é apenas um sentimento como este que permite que nos lancemos no abismo e, simultaneamente, mantenhamos um sorriso para o futuro.
1 comentário:
A mudança não é fácil. Ficamos presos a uma realidade, vivemos como se tudo fosse garantido e quando ela (a mudança) surge até parece que o fim do mundo está prestes da aparecer.
Na verdade acabamos por nos adaptar, e duma forma ou de outra passado um tempo até chegamos a entender o porquê da angustia.
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