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Virgílio já tinha recebido convites para actuar em novelas da TV Globo, mas por motivos vários nunca pôde aceitar. “Acabo por vir trabalhar para o Brasil, mas num esquema completamente diferente.
Vim não apenas como actor mas como representante da RTP junto da Bandeirantes. Essa função implica acompanhar todo o processo, incluindo texto, actores, figurinos, etc., até à direcção. A edição final de cada episódio não pode ir para o ar sem o meu aval”, explica. O trabalho começou em Março, quando se encontrou com o realizador Ignácio Coqueiro para preparar as gravações das primeiras cenas na Universidade de Coimbra, “que foram complicadas porque exigiam imensa figuração”, lembra.
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Um olhar portuguêsContudo, a sua maior responsabilidade neste projecto “é dar-lhe um olhar mais português”, analisando os textos, mexendo nos diálogos e acompanhando a trama. “O olhar brasileiro não corresponde à nossa verdade, dou o exemplo recente da série ‘Os Maias’, que ficou completamente artificial. Não são olhares incompatíveis de maneira nenhuma, mas são diferentes e é preciso respeitar essa diferença”, afirma.
Nesse aspecto, esta parceria inédita entre a RTP e a Bandeirantes é pioneira: “Fala-se de intercâmbio quando nas novelas da Globo aparecem um ou dos actores portugueses. Mas, nesta novela, a história é feita com brasileiros e portugueses que vivem nos dois países, porque na época em que se passa eles circulavam constantemente de lá para cá. Isso facilita a integração das personagens. Por exemplo, o brasileiro Miguel Thiré, que faz um dos principais papéis, estuda em Coimbra e o melhor amigo dele é o Pedro Lamares. Ana Bustorff, portuguesa, é casada com Flávio Galvão”.
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Em “Paixões Proibidas”, Virgílio interpreta um padre. “O Dinis decidiu seguir a carreira religiosa para expiar a culpa que sente pela morte da mulher. Mas é um homem que já teve uma vida familiar normal e, inclusive, tem dois filhos, interpretados por São José Correia e o Carlos Vieira”, adianta.
Ao referir os colegas, Virgílio comenta que esta produção “reúne uma equipa de grandes valores individuais, mas vai ser preciso criar uma dinâmica entre eles. O mercado brasileiro tem muitos actores com uma qualidade média-alta e mesmo os poucos conhecidos são bem preparados. Esta
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Responsável pelo casting do elenco português da novela (que inclui ainda Leonor Seixas, Henrique Viana e Nuno Pardal), Virgílio também opinou sobre os participantes brasileiros. “Sendo esta uma novela ultra-romântica, precisava de actores com sensibilidade para as personagens, que fossem mais sensoriais do que analíticos.
Ambos os elencos são fisicamente belos, o que é importante para uma história deste tipo, embora politicamente incorrecto”, explica. Virgílio acredita no sucesso de “Paixões Proibidas”, que já estreou no Brasil e que poderemos ver na RTP já no início de 2007.
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